Especialista dá dicas para facilitar o dia a dia dos caminhoneiros
O transporte rodoviário é a espinha dorsal da logística brasileira, responsável por mover mais de 60% das cargas no país, segundo a Confederação Nacional do Transporte. Caminhoneiros e frotistas enfrentam longas jornadas, estradas desafiadoras e condições severas de operação. Por isso, a manutenção preventiva e a escolha correta das graxas lubrificantes é essencial para garantir a disponibilidade dos veículos e a eficiência do transporte.
A lubrificação com graxa protege os componentes móveis do caminhão contra desgaste, contaminação e corrosão. Cruzetas, cardãs, pinos e buchas da suspensão, articulações da direção, cubos de roda e a quinta roda são exemplos de pontos críticos que exigem atenção constante. A falha na lubrificação desses componentes, seja pela escolha incorreta da graxa ou por aplicação inadequada, pode comprometer o desempenho do veículo, reduzir a vida útil das peças, aumentar o risco de falhas e até causar acidentes.
Por isso, na hora de escolher as graxas, alguns critérios devem ser levados em conta, conforme aponta Brenno Brito, gerente de engenharia de campo da marca de lubrificantes Mobil™. “O tipo de espessante e a aditivação do óleo base são fatores determinantes. As graxas à base de lítio são as mais utilizadas no mercado, mas para caminhões que operam em regimes severos, as graxas de complexo de lítio, formuladas com óleos contendo aditivos de extrema pressão (EP) são as mais indicadas, pois oferecem maior resistência à lavagem por água e melhor proteção, mesmo em altas temperaturas e sob cargas elevadas.
Brenno explica também que outro aspecto importante a se considerar na hora da escolha é a classificação NLGI, que define a consistência da graxa. A NLGI 2 é a mais comum para utilização em caminhões. Além disso, é importante também observar características como adesividade e resistência à lavagem por água, especialmente em caminhões que enfrentam estradas de terra, lama ou trânsito urbano intenso.
Tão importante quanto escolher a graxa adequada é aplicá-la corretamente. Antes da aplicação, é essencial limpar bem a região, removendo resíduos antigos e sujeira acumulada, para evitar que impurezas sejam empurradas para dentro dos componentes. “O uso de aplicadores adequados é fundamental, bombas manuais garantem que o produto alcance todas as partes lubrificadas, enquanto versões pneumáticas tornam o serviço mais rápido. O cuidado com o excesso de graxa também é importante. É comum que motoristas apliquem graxa em excesso para ‘garantir’ a lubrificação, mas o excesso de graxa é desnecessário e pode reter contaminante e prejudicar a proteção das peças”, conclui Brenno
Além disso, a graxa deve ser armazenada em local seco, arejado e protegido da luz solar direta para preservar suas propriedades. Com boas práticas de lubrificação, o caminhoneiro protege seu equipamento, reduz paradas inesperadas e o risco de acidentes.
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F: Mosaike
